China lança dois satélites Tianhui-4

A China colocou em órbita dois satélites que serão utilizados para tarefas de mapeamento do solo e de interferómetria.

O lançamento dos satélites Tianhui-4A e Tianhui-4B teve lugar às 1113UTC do dia 29 de Dezembro de 2021 e foi levado a cabo pelo foguetão Chang Zheng-2D (Y41) a partir da Plataforma de Lançamento 94 do Complexo de Lançamento LC45 do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, Mongólia Interior.

Todas as fases do lançamento decorreram como previsto e os satélites foram colocados na órbita predeterminada. As fontes oficiais chinesas não indicaram as especificações dos satélites.

De forma geral, os satélites Tianhui (天绘) – “Desenho do Céu” – são fabricados pela Corporação Hangtian Dongfangong Weixing, uma filial da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST).

Os satélites Tianhui-1 são equipados com uma câmara de observação tridimensional e uma câmara CCD com uma resolução de 5 metros na região espectral entre 0,51 μm e os 0,69 μm, e um ângulo de observação de 25º. Para além destas câmaras, os satélites estão equipados com uma câmara multi-espectral com uma resolução de 10 metros e bandas de observação espectral entre os 0,43 μm e 0,52 μm, 0,53 μm e 0,61 μm, 0,61 μm e 0,69 μm e 0,76 μm e 0,90 μm. As câmaras formam imagens com uma largura de 60 km.

Os satélites operam em órbitas circulares com uma altitude média de 500 km e estão equipados com dois painéis solares desdobráveis para o fornecimento de energia que é por sua vez armazenada em baterias a bordo.

Estes satélites fazem parte de um programa de observação que cobre diferentes programas de observação civis e militares. O programa Ziyuan-1 está centrado na observação de recursos terrestres bem como na detecção remota desses recursos. O programa terá dois ramos, sendo um militar e um outro civil realizado em conjunto com o Brasil (satélites CBERS). Os satélites serão operados em conjunto pelo Centro de Observação Terrestre e Observação Digital e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Brasil. O programa Ziyuan-2 é um programa de observação operado pelo Exército de Libertação do Povo, enquanto que o programa Ziyuan-3 (em tempos por vezes confundido com o programa Thianhui) é utilizado para a observação estereoscópica. DE salientar que os satélites Tianhui são operados pelos militares enquanto que os satélites Ziyuan-3 são operados pelo Bureau Estatal de Observação e Mapeamento.

O primeiro satélite da série, o Tianhui-1 (1) (36985 2010-040A) foi colocado em órbita às 0710:04,075UTC do dia 24 de Agosto de 2010 pelo foguetão CZ-2D Chang Zheng-2D (Y14), enquanto que o Tianhui-1 (2) (38256 2012-020A) foi colocado em órbita pelo foguetão Chang Zheng-2D (Y17) às 0710:04,736UTC do dia 6 de Maio de 2012. O lançamento do satélite Tianhui-1(3) (40987 2015-061A) teve lugar às 0740:04,462UTC do dia 26 de Outubro de 2015 e foi levado a cabo pelo foguetão CZ-2D Chang Zheng-2D (Y26) a partir da Plataforma de Lançamento 603 do Complexo de Lançamento LC43 do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan.

Em Abril de 2019 a China iniciou o programa Tianhui-2 em Abril de 2019, lançando dois satélites a 29 de Abril de 2019 (Tianhui-2 (01A) e Tianhui-2 (01B)), e outro par a 18 de Agosto de 2021 (Tianhui-2 (02A) e Tianhui-2 (02B)). O sistema funciona em banda-X, com uma resolução de 3 metros e operando numa órbita sincronizada com o Sol a uma altitude de 500 km. É composto por dois satélites identicos, adoptando uma técnica de formação em diferentes órbitas e um radar biestáctico em modo transreceptor. Pode medir os modelos de superfície digital global e obter ortofotos por radar num curto espaço de tempo.

O foguetão CZ-2D Chang Zheng-2D

CZ-2DO foguetão lançador chinês Chang Zheng-2D (长征二号丁火箭), fabricado pela Academia de Tecnologia Espacial de Xangai, é um veículo a dois estágios destinado a colocar satélites em órbitas terrestres baixas. O seu primeiro estágio é semelhante ao do foguetão lançador Chang Zheng-4, bem como o seu segundo estágio exceptuando uma secção de equipamento melhorada em relação ao CZ-4.

O Chang Zheng-2D tem a capacidade de colocar uma carga de 3.500 kg numa órbita a uma altitude de 200 km com uma inclinação de 28,0.º em relação ao equador terrestre ou uma carga de 1.300 kg para uma órbita sincronizada com o Sol a uma altitude de 645 km. No lançamento desenvolve 2.961,6 kN, tendo uma massa total de 232.250 kg, um comprimento de 41,056 metros e um diâmetro de 3,35 metros.

O CZ-2D é principalmente lançado desde o Complexo de Lançamento LC-43 do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan (áreas LA-2B ‘138’, que se encontra desactivada, e LC43/94), mas pode também ser lançado desde Xichang e Taiyuan.

O primeiro lançamento do CZ-2D teve lugar a 9 de Agosto de 1992 (0800UTC) quando o veículo Y1 colocou em órbita o satélite recuperável FSW-2 (1) (22072 1992-051A).

O Chang Zheng-2D pode utilizar dois tipos de carenagens de protecção distintas dependendo do tipo de carga a colocar em órbita. A carenagem Tipo A tem um diâmetro de 2,90 metros (com esta carenagem o lançador tem um comprimento total de 37,728 metros) e a carenagem Tipo B tem um diâmetro de 3,35 metros (comprimento total de 41,056 metros). CZ-2D_2014-08

CZ-2D_2014-09

O CZ-2D pode utilizar o estágio superior Yuanzheng-3. O YZ-3 pode ser reactivado em órbita mais de 20 vezes e operar por mais de 48 horas. É equivalente aos principais estágios superiores em todo o mundo em termos de desempenho, tais como capacidade de reactivação, tempo de operação orbital, sistema de controlo digital independente, e comportamento adaptável a diferentes funções.

O estágio superior Yuanzheng-3 foi desenvolvido para cumprir as demandas urgentes de veículos lançadores originadas pelo aumento do crescimento de pequenos satélites, constelações de satélites, plataformas de propulsão eléctrica, etc.

O YZ-3 pode também ser utilizado no foguetão Chang Zheng-4B.

Lançamento Veículo Local Lançamento Data Hora (UTC) Carga
2020-039 Y52 Jiuquan, LC43/94 17/Jun/20 07:19:04,324 Gaofen-9 (03)

Pixing-3A

HEDE-5

2020-044 Y29 Jiuquan, LC43/94 04/Jul/20 23:44:04,111 Shiyian Weixing-6 (02)
2020-054 Y56 Jiuquan, LC43/94 06/Ago/20 04:01:54,278 Gaofen-9 (04)

Tsingua Kexue Weixing

2020-058 Y57 Jiuquan, LC43/94 23/Ago/20 02:27:04,117 Gaofen-9 (05)

Tiantuo-5

Duo Gongneng Shiyan Weixing

2021-050 Y54 Taiyuan, LC9 13/jun/21 03:03 Beijing-3

Haisi-2

Yangwang-1

Tianjian

2021-061 Y59 Taiyuan, LC9 03/Jul/21 02:50 Jilin-1 Kuanfu-01B “Xueer”

Jilin-1 Gaofen-03D (01)

Jilin-1 Gaofen-03D (02)

Jilin-1 Gaofen-03D (03)

2021-067 Y62 Jiuquan, LC43/94 29/Jul/21 04:01 Tianhui-1 (04)
2021-091 Y53 Taiyuan, LC9 14/Out/21 10:51 Xihe (CHASE)

Daxuesheng Xiao Weixing-2A

Tianyuan-1

Daxuesheng Xiao Weixing-1

Zijinjing-2

Shangye Qixiang Tance Weixing-1

Tianshu-1

Hede-2E

Hede-2F

Jiaotong Shiyan

Guidao Daqi Midu Tance Weixing

2021-101 Y63 Xichang, LC3 06/Nov/21 03:00 Yaogan-35A

Yaogan-35B

Yaogan-35C

2021-134 Y41 Jiuquan, LC43/94 29/Dez/21 11:13 Tianhui-4

O Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan

Criado em 1960, no alvorecer da Era Espacial, o Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan (酒泉卫星发射中心 – Jiǔquán Wèixīng Fāshè Zhōngxīn) está localizado no noroeste da China, a cerca de 150 km a Sul da fronteira entre a China e a Mongólia.

O centro foi construído para apoiar o teste de mísseis balísticos da China e em Abril de 1970, um míssil balístico de alcance intermediário modificado lançado a partir de Jiuquan colocou em órbita o primeiro satélite artificial da China, o Dongfanghong-1. Desde então, Jiuquan tem sido usado para lançamentos orbitais da China para a órbita terrestre baixa, principalmente para satélites de observação da Terra e de reconhecimento militar.

O centro consiste numa série de plataformas de lançamento na Mongólia Interior e várias zonas de impacto alvo nas províncias vizinhas de Gansu e Xinjiang, cobrindo uma área total de 2.800 km2. A área de lançamentos, localizada no Condado de Ejin-Banner, parte da Liga de Alashan da Região Autónoma da Mongólia Interior, inclui uma base residencial principal (Zona 10), vários complexos de lançamento, áreas técnicas e instalações de instrumentação espalhadas por de 50 km ao longo do rio Ruoshui, na borda ocidental do deserto de Badain Jaran. A região tem um clima tipicamente interior, principalmente seco e ensolarado, mas frio no Inverno, com uma temperatura média anual de 8,7 ° C. Existem cerca de 260 a 300 dias por ano adequados para actividades de lançamento espacial.

Durante a Guerra Fria, a Base 20 foi identificada pelos serviços secretos Ocidentais como o “Centro Espacial e de Testes de Mísseis Shuang Cheng Tzu”. Nos anos 80, o centro foi parcialmente desclassificado e abriu sua porta para visitantes estrangeiros. Como resultado, tornou-se oficialmente conhecido como o Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, em homenagem a uma pequena cidade a 200 km de distância, na vizinha Província de Gansu. Isto, e tal como aconteceu com Baikonur, causou alguma confusão, já que o centro de lançamento não está realmente situado dentro da jurisdição da cidade de Jiuquan. É possível que esse engano tenha sido uma tentativa deliberada de disfarçar sua verdadeira localização. O centro continua a ser uma instalação militar, conhecida como a 20.ª Base de Testes e Treino na sua designação militar.

O centro de lançamento operou um único local de lançamento conhecido como “Complexo de Lançamento 3” até 1966, quando o novo “Complexo de Lançamento 2” (Zona de Lançamentos Norte) ficou operacional. O local de lançamento tornou-se o principal centro de lançamento de mísseis e espaciais da China desde o início dos anos 70, tendo levado a cabo uma série de testes de mísseis balísticos intercontinentais e actividades de lançamento de satélites. Este local de lançamento foi desactivado em 1996 após 30 anos de serviço e três anos depois, um novo local de lançamento (Zona de Lançamentos Sul) foi comissionado em 1999 para apoiar os lançamentos dos veículos tripulados Shenzhou. Uma segunda plataforma de lançamento para missões de lançamento de satélites não tripulados foi adicionada em 2003. Mais instalações de lançamento para lançadores de combustível sólido foram adicionadas por volta de 2012.

O Complexo de Lançamento 3 (三号 发射 阵地) foi a primeira instalação de lançamento permanente em Jiuquan. O complexo de lançamento consistia em duas plataformas de lançamento de betão armado, com uma escala no solo para medir a quantidade de propulsor adicionado ao míssil. Não havia torre umbilical nas plataformas de lançamento. Os mísseis eram transportados para a sua posição de lançamento em veículos rebocados por camiões, que também servia como suporte de lançamento. O complexo de lançamento tornou-se operacional em 1960 para apoiar o teste de mísseis balísticos de curto e médio alcance, e foi desactivado no final dos anos 1960.

A Zona de Lançamentos Norte, também conhecida como Complexo de Lançamento 2 (二号发射 阵地), foi construída na década de 1960 para apoiar o teste de mísseis balísticos de alcance intermédio a intercontinental e lançamento de satélites. O complexo de lançamento consistia em duas plataformas de lançamento (“5020” e “138”), uma torre de serviço móvel e uma sala de controlo subterrânea. O processamento de veículos e a sua verificação eram levados a cabo na área técnica norte (Zona 7) localizada a 22 quilómetros a Sul do complexo de lançamento. O local de lançamento foi desactivado em 1996 e desde então tornou-se uma atracção turística.

A Plataforma de Lançamento 5020 (também designada LC2A) foi activada em Dezembro de 1966 para ser utilizada pelo míssil balístico de alcance intermédio DF-4 Dongfeng-4 e pelo foguetão CZ-1 Chang Zheng-1. A plataforma tem uma torre umbilical fixa com seis pares de braços oscilantes, que serviram como plataformas operacionais para permitir o acesso ao veículo lançador, e também forneciam energia, gases e propelentes para o veículo e para a carga útil. Os braços oscilantes eram recolhidos segundos antes do lançamento. O lançador era montado numa mesa de lançamento de aço, abaixo da qual existia buraco de terra arredondado que levava ao deflector de chamas de cimento armado. Durante o lançamento, a exaustão  dos gases do veículo de lançamento era conduzida para o deflector que se encontrava cheio de água e era direccionada para longe do veículo para o ar livre. O primeiro lançamento desta plataforma foi realizado a 26 de Dezembro de 1966 e o ​​último lançamento em 21 de Maio de 1980.

A Plataforma de Lançamento 138 (LC2B) foi adicionada ao Complexo e Lançamento 2 em 1970 para suportar os veículos de lançamento mais pesados ​​DF-5 Dongfang-5, CZ-2C Chang Zheng-2C e CZ-2D Chang Zheng-2. A torre umbilical tinha 45 metros de altura e 7,8 metros de largura. A torre era equipada com um elevador com capacidade de carga de 1 tonelada e possuía 5 andares de plataformas rotativas, além de 2 andares de plataformas móveis que permitiam o acesso ao lançador. Estava equipada com um sistema de verificação do lançador semiautomático e um sistema de abastecimento de propelente totalmente automatizado. O primeiro lançamento desta plataforma foi realizado a 10 de Setembro de 1971 e o último lançamento em 20 de Outubro de 1996.

A torre de serviço móvel fornece uma plataforma operacional para montagem de foguetões e integração dos satélites. O corpo da torre é uma estrutura de aço de 11 andares com 55,23 metros de altura, 30,52 metros de comprimento e 20,9 metros de largura. A torre está equipada com uma ponte rolante com capacidade de elevação de 15 toneladas no gancho primário e 5 toneladas no gancho secundário. Existiam dois elevadores com capacidade de elevação de 500 kg nos dois lados da torre. Existiam seis andares na plataforma operacional no corpo da torre. O processamento de satélites era feito numa “sala limpa” localizada de 29 metros a 42 metros dentro do corpo da torre.

O centro de controle de lançamento subterrâneo era responsável por monitorizar e controlar remotamente a montagem do veículo de lançamento e dos satélites, coordenando as comunicações entre o complexo de lançamento e a área técnica, a previsão do tempo e a assistência médica. Consistia numa sala de tiro, três salas de teste de satélites e duas salas de teste de veículos lançadores, apoiadas por fonte de alimentação, sistema de ar condicionado e sistema de comunicação.

O Centro Técnico Norte (Zona 7), localizado a 22 quilómetros a Sul do local de lançamento, era a área de lançamento e processamento de foguetes e satélites. Os veículos lançadores e satélites eram transportados a partir dos seus locais de fabrico para o centro técnico via caminho-de-ferro. Depois de concluído o processamento inicial, os diferentes estágios dos lançadores eram transportadas em reboques rebocados por camião até à plataforma de lançamento, onde eram içadas para a posição na plataforma de lançamento, verificados e abastecidas.

A estrutura central do centro técnico era o complexo de processamento de veículos de lançamento e de cargas espaciais. O edifício consistia numa sala de processamento de 90 x 8 metros para preparação dos foguetões e satélites e uma sala de processamento de 24 x 8 metros para abastecimento de satélites. Havia também uma sala limpa para testes dos satélites. Os estágios dos lançadores e os satélites eram transportados para o edifício através de uma linha férrea dedicada. Um segundo edifício no centro era o Edifício de Verificação e Processamento de Motores de Propulsão Sólida, onde os motores de prepolente sólido nos satélites eram preparados.

A Zona de Lançamentos Sul é actualmente o único complexo de lançamento activo em Jiuquan. É composto por duas plataformas de lançamento (“921” e “603”) no Complexo de Lançamento LC43 e um centro técnico para processamento e verificação.

A Plataforma de Lançamento 91 (SLS-1), também conhecida como “Plataforma Shenzhou”, ou Plataforma 921, (Longitude: 100 ° 17.4’E; Latitude: 40 ° 57.4’N; Elevação acima do nível do mar: 1.073 m) é a principal plataforma de lançamento. A plataforma de lançamento é dedicada ao lançamento das missões do programa espacial tripulado utilizando o veículo de lançamento CZ-2F Chang Zheng-2F. As instalações da plataforma de lançamento incluem uma torre umbilical, uma plataforma de lançamento móvel, um par de condutas de chamas, uma sala de equipamentos subterrâneos, armazéns de propulsores e oxidantes, sistema de abastecimento de foguetes, fonte de alimentação, fornecimento de gás e sistema de comunicação.

A torre umbilical é uma estrutura de aço com 11 andares e 75 metros de altura, projectada para fornecer a carga de propelente e drenagem, gás, energia e ligações de comunicação para o veículo lançador e para a sua carga. Na torre existem instalações para verificações antes do lançamento, entrada da tripulação e saída de emergência. A torre está equipada com um guindaste de carga, um elevador de carga e um elevador à prova de explosão para a tripulação em caso de emergência. Em caso de emergência, um sistema de escape de lona está disponível para os astronautas saírem da plataforma de lançamento. A fonte de alimentação e outros equipamentos de suporte estão localizados dentro de uma sala subterrânea por debaixo da torre umbilical.

A torre umbilical é composta por uma estrutura fixa e um par de plataformas giratórias de seis andares. Uma vez chagado à plataforma de lançamento, as plataformas giratórias são balançadas para “abraçar” o foguetão para permitir que os procedimentos de abastecimento e verificações finais sejam conduzidas. A torre também contém uma área ambientalmente controlada e protegida para os astronautas entrarem na cápsula espacial. As plataformas rotativas são abertas uma hora antes do lançamento. Quatro braços oscilantes fornecem conexões para electricidade, gases e fluidos ao lançador e são recolhidos alguns minutos antes do lançamento.

Durante o lançamento, as chamas e a exaustão de alta temperatura dos motores do foguetão são direccionadas para a vala de chamas de betão armado através de um grande buraco redondo sob a plataforma de lançamento móvel. As chamas e gases são então desviados do veículo de lançamento através de dois canais de chama rectangulares localizados em ambos os lados da plataforma de lançamento.

A plataforma de lançamento móvel transporta o foguetão desde o edifício de integração e montagem de veículos situado na área técnica até a torre umbilical. A plataforma tem 24,4 metros de comprimento, 21,7 metros de largura e 8,34 metros de altura, e pesa 750 t. Move-se em carris de 20 metros de largura a uma velocidade máxima de 25 m/min, com uma taxa de aceleração inferior a 0,2 m/s. A plataforma demora 60 minutos para completar a viagem de 1.500 metros entre o edifício de montagem e a plataforma de lançamento.

A Plataforma de Lançamento 94 (SLS-2), também conhecido como “Plataforma Jianbing” (ou Plataforma 603), foi comissionada em 2003 para suportar lançamentos de satélites não tripulados para a órbita terrestre baixa usando os veículos de lançamento CZ-2C, CZ-2D e CZ-4B Chang Zheng-4B. As instalações da plataforma incluem uma torre umbilical de betão armado e um único canal de chamas. A plataforma adoptou um método de lançamento tradicional, onde o veículo de lançamento é montado verticalmente usando um guindaste para içar cada estágio. O veículo de lançamento é verificado na vertical, abastecido e, posteriormente, lançado.

As instalações de apoio da Zona de Lançamentos Sul, colectivamente conhecidas como Centro Técnico Sul, incluem o Edifício de Processamento Horizontal de Veículos de Lançamento (BL1), o Edifício de Montagem Vertical de Veículos de Lançamento (BLS), o Edifício de Operações Não Perigosas (BS2), o Edifício de Operações Perigosas de Veículos Tripulados (BS3) , Edifício de Verificação e Processamento de Motores de Propelente Sólido (BM), o Edifício de Processamento e Armazenamento de Pirotecnia (BP1, BP2) e o Centro de Controle de Lançamento (LCC). A instalação foi projectada para receber o foguetão lançador e a sua carga útil para montagem e testes, antes de serem movidos para a plataforma de lançamento.

Para uma missão dos veículos tripulados Shenzhou, a campanha de lançamento geralmente começa aproximadamente dois meses antes do lançamento. O veículo de lançamento CZ-2F é transportado em segmentos separados desde as Instalações 211 em Pequim até o Centro Técnico Sul via caminho-de-ferro. Após a sua chegada, o veículo é mantido no Edifício de Processamento Horizontal do Veículo de Lançamento para testes iniciais e preparação. O núcleo do veículo e os propulsores laterais são então montados dentro do BLS (o Edifício de Montagem Vertical).

A cápsula Shenzhou é transportada de Pequim para a Base Aérea de Dingxin por um avião de carga, e depois transportada por estrada até o local de lançamento, a 76 km de distância. A cápsula espacial é então integrada e testada no Edifício de Operação Não Perigosa de Naves Espaciais (BS2) e, em seguida, movida para o Edifício de Operação Perigosa de Veículos Tripulados (BS3) para abastecimento de combustível. O próximo passo é integrar a cápsula com a carenagem de carga e instalar a torre de escape emergência. A cápsula é então transportada para o BLS, onde é integrada no seu foguetão.

O edifício de integração vertical, oficialmente conhecido como o Edifício de Montagem Vertical do Veículo de Lançamento (BLS) serve como uma plataforma para a integração e montagem dos lançadores e da sua carga útil. O edifício é composto por duas salas de processamento vertical de 26,8 x 28 x 81,6 metros, cada uma equipada com uma plataforma móvel de 13 andares e uma grua de carga de 50 t. As duas salas permitem o processamento simultâneo de dois veículos lançadores. Na época da construção, dizia-se ser o edifício de betão armado de piso único mais alto do mundo, com o tecto de betão armado mais alto do mundo (86,1 metros acima do solo) e mais pesado (13.000 t).

O Centro de Controle de Lançamento (LCC) localizado ao lado do BLS monitoriza e coordena a campanha de lançamento. O centro é dividido em quatro salas funcionais: a Sala de Controle do Veículo de Lançamento, a Sala de Controle da Cápsula Espacial, a Sala de Comando de Exame e Lançamento e o Centro de Comunicações.

Lançamento Veículo Missão

Plataforma

Data Hora (UTC) Carga
2021-086 Kuaizhou-1A

(Y4)

01-134 (?)

LC43/95A

27/Set/21 06:19 Jilin-1 Gaofen-02D
2021-092 Chang Zheng-2F/G

(Y13)

01-135 (?)

LC43/91

15/Out/21 16:23:56,469 Shenzhou-13
2021-097 Kuaizhou-1A

(Y5)

01-136 (?)

LC43/95A

27/Out/21 06:19 Jilin-1 Gaofen-02F
2021-099 Chang Zheng-2C/YZ-1S

Y41/Y4

01-137 (?)

LC43/94

03/Nov/21 07:43 Yaogan-32 Grupo-02
2021-109 Chang Zheng-4C

(Y37)

01-138 (?)

LC43/94

22/Nov/21 23:45 Gaofen-3 (02)
2021-112 Kuaizhou-1A

(Y13)

01-139 (?)

LC43/95

24/Nov/21 23:41 Shiyan-11
2021-117 Gushenxing-1

(Y2)

01-140 (?)

LC43/95

07/Dez/21 04:12 Tianjin Daxue-1

Baoyun

Lize-1

Jinzijing-5

Jinzijing-1 03

2021-122 Chang Zheng-4B

(Y47)

01-141

LC43/94

10/Dez/21 00:11 Shijian-6 Grupo-05 (Shijian-6I)

Shijian-6 Grupo-05 (Shijian-6J)

2021-F09 Kuaizhou-1A

(Y16)

01-142 (?)

LC43/95

15/Dez/21 02:00 GeeSAT-1A

GeeSAT-1B

2021-134 Chang Zheng-2D

(Y41)

01-143 (?)

LC43/94

29/Dez/21 11:13 Tianhui-4

Imagens: Internet Chinesa e arquivo fotográfico do autor (quando não assinaladas)

Dados estatísticos e próximos lançamentos

– Lançamento orbital: 6164

– Lançamento orbital China: 442 (7,17%)

– Lançamento orbital desde Jiuquan: 158 (2,56% – 35,75%)

Os próximos lançamentos orbitais previstos são (hora UTC):

6165 – 30 Dez (1600:??) – Xichang, LC2 – Chang Zheng-3B/G2 (?) – Zhongxing-6D (?)

6166 – 06 Jan (????:??) – Satish Dawan SHAR, FLP – PSLV-C53 – EOS-06 (Oceansat-3), BhutanSat

6167 – 12 Jan (????:??) – Mojave ASP, RW12/30 – Boeing 747 “Cosmic Girl”/LauncherOne – ADLER-1, Ignis, ScopeSat, SteamSat-2, STORK-3, ELaNa 29: PAN A, PAN B, satélites STP-27VPB

6168 – 13 Jan (????:??) – Cabo Canaveral SFS, SLC-40 – Falcon 9-135 – Transporter-3: Alba Cluster 4 (PION-BR1), Capella 7 (Capella Whitney 5), Capella 8 (Capella Whitney 6), CZE-BDSat, Hypernova, HYPSO-1, ION-SCV 004 (Guardian), VZLUSAT-2, KSF 2A (PPM 1A), KSF 2B (PPM 1B), KSF 2C (PPM 1C), KSF 2D (PPM 1D), Sherpa FX3, Sich 2-30, TechEdSat-15, UMBRA-02, URESAT-1, WVSAT mission ELaNa 40: CubeSat (x2)

21 Jan (????:??) – Cabo Canaveral SFS, SLC-41 – Atlas-V/511 (AV-084) – USSF-8: GSSAP 5 (Hornet 5), GSSAP 6 (Hornet 6)