Após vários adiamentos, a China levou a cabo com sucesso o lançamento do satélite Jilin-1 Gaofen-02F a partir do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, Mongólia Interior.
O lançamento foi levado a cabo pelo foguetão Kuaizhou-1A (Y5) a partir de uma plataforma móvel localizada no Complexo de Lançamento LC43/95A às 0619UTC do dia 27 de Outubro de 2021.
O lançamento estava previsto para ter lugar às 0617UTC do dia 25 de Outubro. Aparentemente, a contagem decrescente terá entrado na fase final, mas foi interrompida devido a um problema não especificado. Anteriormente, o lançamento fora adiado por alguns dias devido à ocorrência de um pequeno surto de Covid-19 em Jiayuguan, perto da cidade de Jiuquan.
O lançamento estava inicialmente previsto para ter lugar a 22 de Setembro de 2020, mas acabaria por ser adiado devido à falha ocorrida a 12 de Setembro desse ano com o lançador Kuaizhou-1A (Y3) e que levou à perda do satélite Jilin-1 Gaofen-02C (Neimenggu-1).
O Jilin-1 Gaofen-02F (吉林一号高分02F卫星), também designado “Changshu-1”, fará parte da constelação de satélites Jilin-1 (também designada Lingqiao-1) que foi desenvolvida na província de Jilin pela Chang Guang Satelllite Tech Co.. Esta é a primeira constelação de satélites da China desenvolvida para utilização comercial. A constelação será composta por vários satélites que irão fornecer dados para clientes comerciais para os auxiliar na previsão e mitigação de desastres geológicos, bem como encurtar a escala temporal para a exploração de recursos naturais.
O novo satélite fará parte da constelação de Jilin-1 e estará operacional a uma altitude de 535 km. É um satélite de detecção remota de observação óptica desenvolvido pela Changguang Satellite Technology Co., Ltd. O satélite pode obter imagens estáticas de varrimento com resolução em cores melhor que 0,76 metros e resolução multi-espectral melhor que 3,1 metros. A largura das imagens é superior a 40 km. As imagens são transmitidas para as estações terrestres via transmissão digital com uma taxa de 1,8 Gbps. A massa do satélite no lançamento é de 230 kg.
Jilin é uma das mais antigas bases industriais do país, está a desenvolver a sua indústria de satélites como uma nova unidade económica. A província planeia lançar 60 satélites até 2020 e 137 até 2030.
China lança satélite de detecção remota desde Jiuquan
China lança Jilin-1 Gaofen-02B desde Taiyuan
China falha lançamento do satélite Jilin-1 Gaofen-02C
Jilin-1 Gaofen-02D lançado desde Jiuquan
A primeira fase do projecto presenciou o lançamento dos quatro primeiros satélites Jilin-1 a 7 de Outubro de 2015. Os satélites Jilin-1 Optical-A, LQSat (Jilin-1 Smart Verification Satellite), Lingqiao-A e Lingqiao-B foram lançados pelo foguetão Chang Zheng-2D (Y37) a partir do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan.
O quinto satélite, Jilin-1 Video-03, foi lançado a 9 de Janeiro de 2017. Era um satélite de detecção remota para vídeo de alta definição capaz de adquirir dados de vídeo com luz visível para observação da Terra em alta resolução. O satélite foi lançado pelo foguetão Kuaizhou-1A (Y1) a partir de Jiuquan.
A 21 de Novembro de 2017, foram lançados mais três satélites para a constelação Jilin-1. Os satélites Jilin-1 Video-4, Jilin-1 Video-5 e Jilin-1 Video-6 foram lançados pelo foguetão Chang Zheng-6 (Y2) a partir do Complexo de Lançamento LC16 do Centro de Lançamento de Satélites Taiyuan. Os três satélites apresentavam um gerador de imagens duplas com resolução no solo de 1 metro para imagens de vídeo de visão e imagens de varrimento.
Mais dois satélites foram lançados a 19 de Janeiro de 2018. Designados Deqing-1 (Jilin-1 Video-7) e Jilin Linye-2 (Jilin-1 Video-8), os dois satélites foram lançados pelo foguetão Chang Zheng-11 (Y20011703 / Y3) a partir de Jiuquan e eram semelhantes aos satélites de vídeo anteriores.
Dois satélites hiperespectrais foram lançados a 21 de Janeiro de 2019. O Jilin Lincao-1 (Jilin-1 Hyperspectral-01) e Wenchang Chaosaun-1 (Jilin-1 Hyperspectral-02) apresentavam um sistema de observação hiperespectral, fornecendo uma resolução no solo de 5 metros e uma largura de faixa de 150 km em 26 bandas espectrais. Os satélites foram lançados pelo foguetão Chang Zheng-11 (Y20011806 / Y6) a partir de Jiuquan.
O Jilin-1 Gaofen-3A foi lançado a 5 de Junho de 2019, a bordo do Chang Zheng-11H a partir do Mar Amarelo. O satélite foi equipado com um sistema de imagem leve, com uma resolução de 1 metro, uma faixa de imagem de 17 km.
O Jilin-1 Gaofen-02A foi lançado a 13 de Novembro de 2019, seguindo-se o Jilin-1 Gaofen-02B a 7 de Dezembro. A 15 de Janeiro de 2020 era colocado em órbita o satélite Jilin-1 Kuanfu-01 (“Hongqi-1 H9”). O satélite Jilin-1 Gaofen-02E foi perdido a 10 de Julho devido a um problema com o seu foguetão lançador. Posteriormente outros satélites seriam lançados para reforçar a constelação.
O plano original era ter 16 satélites em órbita até o final de 2019, completando uma rede de detecção remota que cobrirá todo o mundo e será capaz de actualizar de três a quatro horas nos dados fornecidos. A partir de 2020, os planos apontam para uma constelação orbital de 60 satélites capaz de actualizar 30 minutos nos dados fornecidos. A partir de 2030, a constelação de Jilin terá 138 satélites em órbita, formando dados de segmento de aquisição de espectro completo para todo o dia e para qualquer clima e capacidade de observar qualquer ponto arbitrário do globo com uma capacidade de revisitação de 10 minutos, fornecendo a mais alta resolução espacial do mundo.
Como os lançamentos anteriores do Kuaizhou-1A, o lançamento foi gerido pela Expace.
A Expace Technology Co., Ltd., subsidiária da China Aerospace Science & Industry Corp, é especializada em investigação e desenvolvimento, fabrico e comercialização de veículos de lançamento da série Kuaizhou para fornecer um serviço de lançamento comercial económico, confiável e preciso para clientes em todo o mundo mundo.
O foguetão Kuaizhou-1A
O foguetão Kuaizhou-1A é um lançador de combustível sólido altamente fiável, de alta precisão e de baixo custo, desenvolvido pelo China Aerospace Science and Technology Corporation (CASIC) e comercializado pela China Space Sanjiang Group Corporation (EXPACE).
O lançador pode enviar uma carga de 200 kg para uma órbita a 700 km de altitude sincronizada com o Sol. O veículo é principalmente destinado ao envio de cargas para a órbita terrestre baixa, tanto para clientes domésticos como estrangeiros.
O KZ-1A é possivelmente baseado no míssil DF-21 Dongfeng-21 ao qual é adicionado dois estágios superiores extra. Não existem diferenças aparentes entre o KZ-1A e o KZ-1. Tanto um como outro foram anteriormente apresentados de forma comercial como o lançador FT-1 Feitian-1. Porém, a diferença pode ser explicada pelo facto de o KZ-1A ser utilizado para o lançamento de cargas múltiplas, enquanto que o KZ-1 é utilizado para o lançamento de uma só carga que permanece acoplada com o quarto estágio de propulsão líquida.
O KZ-1A utiliza uma plataforma móvel para o seu lançamento, equipamento de fornecimento de energia integrado, instalações de teste e de controlo de lançamento, instalações de orientação e instalações de controlo de temperatura.
O KZ-1A tem um comprimento de 20 metros e uma massa no lançamento de 30.000 kg, tendo um diâmetro máximo de 1,4 metros. É um lançador a três estágio de combustível sólido e um quarto estágio de propelentes líquidos.
A propulsão sólida é composta por três estágios iniciais com uma tubeira fixa. O primeiro estágio tem um diâmetro de 1,40 metros, uma massa total de 16.621 kg, tempo de queima de 65 segundos e um impulso de 2.352 Ns/kg. O segundo estágio tem um diâmetro de 1,40 metros, massa total de 8.686 kg, tempo de queima de 62 segundos e um impulso de 2.810 Ns/kg. O terceiro estágio tem um diâmetro de 1,20 metros, uma massa de 3.183 kg, tempo de queima de 55 segundos e um impulso de 2.850 Ns/kg. O lançador pode utilizar dois tipos de carenagem de protecção com um diâmetro de 1,2 metros e de 1,4 metros.
O perfil de lançamento tem a separação do primeiro estágio a 1 minuto e 23 segundos após o lançamento. A separação do segundo estágio ocorre a 2 minutos e 21 segundos após o lançamento, e a separação da carenagem ocorre 15 segundos após a separação do segundo estágio.
A ignição do terceiro estágio ocorre aos 192 segundos de voo, terminando 1 minuto e 32 segundos mais tarde. Três segundos após a separação do terceiro estágio, o quarto e último estágio confere o impulso final para se atingir a velocidade orbital, tendo a sua queima uma duração de 12 minutos e 45 segundos. A separação da carga ocorre 17 minutos e 40 segundos após o lançamento.
O Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan
Criado em 1960, no alvorecer da Era Espacial, o Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan (酒泉卫星发射中心 – Jiǔquán Wèixīng Fāshè Zhōngxīn) está localizado no noroeste da China, a cerca de 150 km a Sul da fronteira entre a China e a Mongólia.
O centro foi construído para apoiar o teste de mísseis balísticos da China e em Abril de 1970, um míssil balístico de alcance intermediário modificado lançado a partir de Jiuquan colocou em órbita o primeiro satélite artificial da China, o Dongfanghong-1. Desde então, Jiuquan tem sido usado para lançamentos orbitais da China para a órbita terrestre baixa, principalmente para satélites de observação da Terra e de reconhecimento militar.
O centro consiste numa série de plataformas de lançamento na Mongólia Interior e várias zonas de impacto alvo nas províncias vizinhas de Gansu e Xinjiang, cobrindo uma área total de 2.800 km2. A área de lançamentos, localizada no Condado de Ejin-Banner, parte da Liga de Alashan da Região Autónoma da Mongólia Interior, inclui uma base residencial principal (Zona 10), vários complexos de lançamento, áreas técnicas e instalações de instrumentação espalhadas por de 50 km ao longo do rio Ruoshui, na borda ocidental do deserto de Badain Jaran. A região tem um clima tipicamente interior, principalmente seco e ensolarado, mas frio no Inverno, com uma temperatura média anual de 8,7 ° C. Existem cerca de 260 a 300 dias por ano adequados para actividades de lançamento espacial.
Durante a Guerra Fria, a Base 20 foi identificada pelos serviços secretos Ocidentais como o “Centro Espacial e de Testes de Mísseis Shuang Cheng Tzu”. Nos anos 80, o centro foi parcialmente desclassificado e abriu sua porta para visitantes estrangeiros. Como resultado, tornou-se oficialmente conhecido como o Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, em homenagem a uma pequena cidade a 200 km de distância, na vizinha Província de Gansu. Isto, e tal como aconteceu com Baikonur, causou alguma confusão, já que o centro de lançamento não está realmente situado dentro da jurisdição da cidade de Jiuquan. É possível que esse engano tenha sido uma tentativa deliberada de disfarçar sua verdadeira localização. O centro continua a ser uma instalação militar, conhecida como a 20.ª Base de Testes e Treino na sua designação militar.
O centro de lançamento operou um único local de lançamento conhecido como “Complexo de Lançamento 3” até 1966, quando o novo “Complexo de Lançamento 2” (Zona de Lançamentos Norte) ficou operacional. O local de lançamento tornou-se o principal centro de lançamento de mísseis e espaciais da China desde o início dos anos 70, tendo levado a cabo uma série de testes de mísseis balísticos intercontinentais e actividades de lançamento de satélites. Este local de lançamento foi desactivado em 1996 após 30 anos de serviço e três anos depois, um novo local de lançamento (Zona de Lançamentos Sul) foi comissionado em 1999 para apoiar os lançamentos dos veículos tripulados Shenzhou. Uma segunda plataforma de lançamento para missões de lançamento de satélites não tripulados foi adicionada em 2003. Mais instalações de lançamento para lançadores de combustível sólido foram adicionadas por volta de 2012.
O Complexo de Lançamento 3 (三号 发射 阵地) foi a primeira instalação de lançamento permanente em Jiuquan. O complexo de lançamento consistia em duas plataformas de lançamento de betão armado, com uma escala no solo para medir a quantidade de propulsor adicionado ao míssil. Não havia torre umbilical nas plataformas de lançamento. Os mísseis eram transportados para a sua posição de lançamento em veículos rebocados por camiões, que também servia como suporte de lançamento. O complexo de lançamento tornou-se operacional em 1960 para apoiar o teste de mísseis balísticos de curto e médio alcance, e foi desactivado no final dos anos 1960.
A Zona de Lançamentos Norte, também conhecida como Complexo de Lançamento 2 (二号发射 阵地), foi construída na década de 1960 para apoiar o teste de mísseis balísticos de alcance intermédio a intercontinental e lançamento de satélites. O complexo de lançamento consistia em duas plataformas de lançamento (“5020” e “138”), uma torre de serviço móvel e uma sala de controlo subterrânea. O processamento de veículos e a sua verificação eram levados a cabo na área técnica norte (Zona 7) localizada a 22 quilómetros a Sul do complexo de lançamento. O local de lançamento foi desactivado em 1996 e desde então tornou-se uma atracção turística.
A Plataforma de Lançamento 5020 (também designada LC2A) foi activada em Dezembro de 1966 para ser utilizada pelo míssil balístico de alcance intermédio DF-4 Dongfeng-4 e pelo foguetão CZ-1 Chang Zheng-1. A plataforma tem uma torre umbilical fixa com seis pares de braços oscilantes, que serviram como plataformas operacionais para permitir o acesso ao veículo lançador, e também forneciam energia, gases e propelentes para o veículo e para a carga útil. Os braços oscilantes eram recolhidos segundos antes do lançamento. O lançador era montado numa mesa de lançamento de aço, abaixo da qual existia buraco de terra arredondado que levava ao deflector de chamas de cimento armado. Durante o lançamento, a exaustão dos gases do veículo de lançamento era conduzida para o deflector que se encontrava cheio de água e era direccionada para longe do veículo para o ar livre. O primeiro lançamento desta plataforma foi realizado a 26 de Dezembro de 1966 e o último lançamento em 21 de Maio de 1980.
A Plataforma de Lançamento 138 (LC2B) foi adicionada ao Complexo e Lançamento 2 em 1970 para suportar os veículos de lançamento mais pesados DF-5 Dongfang-5, CZ-2C Chang Zheng-2C e CZ-2D Chang Zheng-2. A torre umbilical tinha 45 metros de altura e 7,8 metros de largura. A torre era equipada com um elevador com capacidade de carga de 1 tonelada e possuía 5 andares de plataformas rotativas, além de 2 andares de plataformas móveis que permitiam o acesso ao lançador. Estava equipada com um sistema de verificação do lançador semiautomático e um sistema de abastecimento de propelente totalmente automatizado. O primeiro lançamento desta plataforma foi realizado a 10 de Setembro de 1971 e o último lançamento em 20 de Outubro de 1996.
A torre de serviço móvel fornece uma plataforma operacional para montagem de foguetões e integração dos satélites. O corpo da torre é uma estrutura de aço de 11 andares com 55,23 metros de altura, 30,52 metros de comprimento e 20,9 metros de largura. A torre está equipada com uma ponte rolante com capacidade de elevação de 15 toneladas no gancho primário e 5 toneladas no gancho secundário. Existiam dois elevadores com capacidade de elevação de 500 kg nos dois lados da torre. Existiam seis andares na plataforma operacional no corpo da torre. O processamento de satélites era feito numa “sala limpa” localizada de 29 metros a 42 metros dentro do corpo da torre.
O centro de controle de lançamento subterrâneo era responsável por monitorizar e controlar remotamente a montagem do veículo de lançamento e dos satélites, coordenando as comunicações entre o complexo de lançamento e a área técnica, a previsão do tempo e a assistência médica. Consistia numa sala de tiro, três salas de teste de satélites e duas salas de teste de veículos lançadores, apoiadas por fonte de alimentação, sistema de ar condicionado e sistema de comunicação.
O Centro Técnico Norte (Zona 7), localizado a 22 quilómetros a Sul do local de lançamento, era a área de lançamento e processamento de foguetes e satélites. Os veículos lançadores e satélites eram transportados a partir dos seus locais de fabrico para o centro técnico via caminho-de-ferro. Depois de concluído o processamento inicial, os diferentes estágios dos lançadores eram transportadas em reboques rebocados por camião até à plataforma de lançamento, onde eram içadas para a posição na plataforma de lançamento, verificados e abastecidas.
A estrutura central do centro técnico era o complexo de processamento de veículos de lançamento e de cargas espaciais. O edifício consistia numa sala de processamento de 90 x 8 metros para preparação dos foguetões e satélites e uma sala de processamento de 24 x 8 metros para abastecimento de satélites. Havia também uma sala limpa para testes dos satélites. Os estágios dos lançadores e os satélites eram transportados para o edifício através de uma linha férrea dedicada. Um segundo edifício no centro era o Edifício de Verificação e Processamento de Motores de Propulsão Sólida, onde os motores de prepolente sólido nos satélites eram preparados.
A Zona de Lançamentos Sul é actualmente o único complexo de lançamento activo em Jiuquan. É composto por duas plataformas de lançamento (“921” e “603”) no Complexo de Lançamento LC43 e um centro técnico para processamento e verificação.
A Plataforma de Lançamento 91 (SLS-1), também conhecida como “Plataforma Shenzhou”, ou Plataforma 921, (Longitude: 100 ° 17.4’E; Latitude: 40 ° 57.4’N; Elevação acima do nível do mar: 1.073 m) é a principal plataforma de lançamento. A plataforma de lançamento é dedicada ao lançamento das missões do programa espacial tripulado utilizando o veículo de lançamento CZ-2F Chang Zheng-2F. As instalações da plataforma de lançamento incluem uma torre umbilical, uma plataforma de lançamento móvel, um par de condutas de chamas, uma sala de equipamentos subterrâneos, armazéns de propulsores e oxidantes, sistema de abastecimento de foguetes, fonte de alimentação, fornecimento de gás e sistema de comunicação.
A torre umbilical é uma estrutura de aço com 11 andares e 75 metros de altura, projectada para fornecer a carga de propelente e drenagem, gás, energia e ligações de comunicação para o veículo lançador e para a sua carga. Na torre existem instalações para verificações antes do lançamento, entrada da tripulação e saída de emergência. A torre está equipada com um guindaste de carga, um elevador de carga e um elevador à prova de explosão para a tripulação em caso de emergência. Em caso de emergência, um sistema de escape de lona está disponível para os astronautas saírem da plataforma de lançamento. A fonte de alimentação e outros equipamentos de suporte estão localizados dentro de uma sala subterrânea por debaixo da torre umbilical.
A torre umbilical é composta por uma estrutura fixa e um par de plataformas giratórias de seis andares. Uma vez chagado à plataforma de lançamento, as plataformas giratórias são balançadas para “abraçar” o foguetão para permitir que os procedimentos de abastecimento e verificações finais sejam conduzidas. A torre também contém uma área ambientalmente controlada e protegida para os astronautas entrarem na cápsula espacial. As plataformas rotativas são abertas uma hora antes do lançamento. Quatro braços oscilantes fornecem conexões para electricidade, gases e fluidos ao lançador e são recolhidos alguns minutos antes do lançamento.
Durante o lançamento, as chamas e a exaustão de alta temperatura dos motores do foguetão são direccionadas para a vala de chamas de betão armado através de um grande buraco redondo sob a plataforma de lançamento móvel. As chamas e gases são então desviados do veículo de lançamento através de dois canais de chama rectangulares localizados em ambos os lados da plataforma de lançamento.
A plataforma de lançamento móvel transporta o foguetão desde o edifício de integração e montagem de veículos situado na área técnica até a torre umbilical. A plataforma tem 24,4 metros de comprimento, 21,7 metros de largura e 8,34 metros de altura, e pesa 750 t. Move-se em carris de 20 metros de largura a uma velocidade máxima de 25 m/min, com uma taxa de aceleração inferior a 0,2 m/s. A plataforma demora 60 minutos para completar a viagem de 1.500 metros entre o edifício de montagem e a plataforma de lançamento.
A Plataforma de Lançamento 94 (SLS-2), também conhecido como “Plataforma Jianbing” (ou Plataforma 603), foi comissionada em 2003 para suportar lançamentos de satélites não tripulados para a órbita terrestre baixa usando os veículos de lançamento CZ-2C, CZ-2D e CZ-4B Chang Zheng-4B. As instalações da plataforma incluem uma torre umbilical de betão armado e um único canal de chamas. A plataforma adoptou um método de lançamento tradicional, onde o veículo de lançamento é montado verticalmente usando um guindaste para içar cada estágio. O veículo de lançamento é verificado na vertical, abastecido e, posteriormente, lançado.
As instalações de apoio da Zona de Lançamentos Sul, colectivamente conhecidas como Centro Técnico Sul, incluem o Edifício de Processamento Horizontal de Veículos de Lançamento (BL1), o Edifício de Montagem Vertical de Veículos de Lançamento (BLS), o Edifício de Operações Não Perigosas (BS2), o Edifício de Operações Perigosas de Veículos Tripulados (BS3) , Edifício de Verificação e Processamento de Motores de Propelente Sólido (BM), o Edifício de Processamento e Armazenamento de Pirotecnia (BP1, BP2) e o Centro de Controle de Lançamento (LCC). A instalação foi projectada para receber o foguetão lançador e a sua carga útil para montagem e testes, antes de serem movidos para a plataforma de lançamento.
Para uma missão dos veículos tripulados Shenzhou, a campanha de lançamento geralmente começa aproximadamente dois meses antes do lançamento. O veículo de lançamento CZ-2F é transportado em segmentos separados desde as Instalações 211 em Pequim até o Centro Técnico Sul via caminho-de-ferro. Após a sua chegada, o veículo é mantido no Edifício de Processamento Horizontal do Veículo de Lançamento para testes iniciais e preparação. O núcleo do veículo e os propulsores laterais são então montados dentro do BLS (o Edifício de Montagem Vertical).
A cápsula Shenzhou é transportada de Pequim para a Base Aérea de Dingxin por um avião de carga, e depois transportada por estrada até o local de lançamento, a 76 km de distância. A cápsula espacial é então integrada e testada no Edifício de Operação Não Perigosa de Naves Espaciais (BS2) e, em seguida, movida para o Edifício de Operação Perigosa de Veículos Tripulados (BS3) para abastecimento de combustível. O próximo passo é integrar a cápsula com a carenagem de carga e instalar a torre de escape emergência. A cápsula é então transportada para o BLS, onde é integrada no seu foguetão.
O edifício de integração vertical, oficialmente conhecido como o Edifício de Montagem Vertical do Veículo de Lançamento (BLS) serve como uma plataforma para a integração e montagem dos lançadores e da sua carga útil. O edifício é composto por duas salas de processamento vertical de 26,8 x 28 x 81,6 metros, cada uma equipada com uma plataforma móvel de 13 andares e uma grua de carga de 50 t. As duas salas permitem o processamento simultâneo de dois veículos lançadores. Na época da construção, dizia-se ser o edifício de betão armado de piso único mais alto do mundo, com o tecto de betão armado mais alto do mundo (86,1 metros acima do solo) e mais pesado (13.000 t).
O Centro de Controle de Lançamento (LCC) localizado ao lado do BLS monitoriza e coordena a campanha de lançamento. O centro é dividido em quatro salas funcionais: a Sala de Controle do Veículo de Lançamento, a Sala de Controle da Cápsula Espacial, a Sala de Comando de Exame e Lançamento e o Centro de Comunicações.
Lançamento | Veículo | Missão
Plataforma |
Data | Hora (UTC) | Carga |
2021-037 | Chang Zheng-4C
(Y34) |
01- (?)
LC43/94 |
30/Abr/21 | 07:27 | Yaogan-34 |
2021-043 | Chang Zheng-4B
(Y48) |
01- (?)
LC43/94 |
19/Mai/21 | 04:03 | Haiyang-2D |
2021-053 | Chang Zheng-2F/G
(Y12) |
01- (TGZR1/SZ-12)
LC43/91 |
17/Jun/21 | 01:22:31,693 | Shenzhou-12 |
2021-062 | Chang Zheng-4C
(Y43) |
01- (?)
LC43/94 |
04/Jul/21 | 23:28 | Fengyun-3E |
2021-067 | Chang Zheng-2D
(Y62) |
01- (?)
LC43/94 |
29/Jul/21 | 04:01 | Tianhui-1 (04) |
2021-F04 | Shian Quxian-1 (Y5) ‘Tianshu’ | 01- (?)
LC43/95B |
03/Ago/21 | 07:39:30 | Jilin-1 Mofang-01A |
2021-076 | Chang Zheng-2C/YZ-1S
(Y31/Y2) |
01-136 (?)
LC43/94 |
24/Ago/21 | 11:15 | Ronghe Tongxin Shiyan Weixing 01
Ronghe Tongxin Shiyan Weixing 02 Tongxin Jishu Shiyan Weixing |
2021-086 | Kuaizhou-1A
(Y4) |
01-(?)
LC43/95A |
27/Set/21 | 06:19 | Jilin-1 Gaofen-02D |
2021-092 | Chang Zheng-2F/G
(Y13) |
01-(?)
LC43/91 |
15/Out/21 | 16:23:56,469 | Shenzhou-13 |
2021-097 | Kuaizhou-1A (Y5) | 01-(?)
LC43/95A |
27/Out/21 | 06:19 | Jilin-1 Gaofen-02F |
Imagens: Internet Chinesa e arquivo fotográfico do autor (quando não assinaladas)